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Observadores de pássaros / Imagem gerada por IA. |
Segundo Franco, a popularização da atividade nos últimos 20 anos, especialmente com a chegada de plataformas digitais como o eBird e o Wiki Aves, transformou a observação de aves em uma atividade mais competitiva. A busca por fotos perfeitas, registros raros e posições altas em rankings tem levado ao uso excessivo de técnicas como playback, cevas mal planejadas, aproximação excessiva e até interferência em ninhos. Esses comportamentos, muitas vezes adotados por profissionais e amadores, têm gerado impactos ambientais reais.
Um exemplo citado no texto é o caso da rolinha-do-planalto, ave endêmica de Minas Gerais, cujo número de indivíduos diminuiu drasticamente nas áreas visitadas por observadores. A pressão humana resultou no fechamento de espaços naturais para visitação, como a Reserva Natural da Rolinha-do-Planalto, onde o acesso foi restrito após a redução populacional da espécie. Outro caso é o do Parque Nacional da Serra da Canastra, onde o pisoteio em margens de rios afetou o habitat de patos-mergulhões.
Apesar dos impactos, Eduardo Franco ressalta que a observação de aves tem um papel fundamental na educação ambiental, no turismo sustentável e no conhecimento científico. Quando realizada com responsabilidade, a atividade contribui para a conservação, gera renda em comunidades locais e promove bem-estar emocional. No entanto, o autor defende a necessidade de regulamentação, capacitação de guias e conscientização dos praticantes, para que a observação de aves retome seus valores originais: o respeito à natureza e a preservação do ambiente natural.
Redação