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Setor de turismo tem sido alvo de ataques virtuais / Imagem gerada por IA. |
Em entrevista exclusiva à Travel and Tour World, Tony Sabaj, especialista em cibersegurança da Check Point, alertou sobre as ameaças mais comuns ao setor: phishing, roubo de credenciais e ransomware. Além disso, surgiram novos golpes, como confirmações falsas de reservas e chatbots maliciosos que imitam serviços de suporte de companhias aéreas e hotéis.
Um dos esquemas mais recentes é o chamado “ClickFix”, em que criminosos criam páginas falsas que simulam o portal de proprietários do Booking.com. Após inserir seu nome de usuário, o visitante é direcionado a uma tela falsa do ReCAPTCHA e, ao completá-la, é induzido a baixar malware sob o pretexto de “verificação humana”.
Outra ameaça emergente são os chatbots de inteligência artificial programados para se passarem por atendentes reais de empresas de turismo. Usando dados pessoais extraídos de vazamentos anteriores, esses bots conseguem enganar viajantes e extrair informações sensíveis, como dados bancários e números de passaporte.
O setor também enfrenta riscos graves relacionados à infraestrutura digital, como ataques DDoS, capazes de paralisar sistemas de reserva e check-in online, além de falhas em configurações de nuvem, que expõem grandes volumes de dados de clientes. Casos recentes, como os ocorridos na Hawaiian Airlines e na canadense WestJet, mostram como até grandes operadores podem ser vulneráveis.
Segundo Sabaj, a resposta das empresas deve incluir adoção de arquiteturas Zero Trust, monitoramento constante de ambientes em nuvem, atualização de softwares e treinamento de equipes contra phishing. Já para os viajantes, ele recomenda evitar redes Wi-Fi públicas sem uso de VPN, usar autenticação multifatorial e manter aplicativos atualizados antes da viagem.
A segurança digital deixou de ser apenas um problema técnico e tornou-se parte essencial da experiência do cliente no turismo. Enquanto empresas ajustam suas estratégias, viajantes devem manter atenção redobrada para não caírem em armadilhas virtuais cada vez mais sofisticadas.
Redação