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Imagem gerada por IA. |
A pressão sobre destinos populares intensificou-se com o papel das redes sociais no comportamento de viagem. Dados do setor indicam que 75% dos viajantes escolhem destinos baseados em conteúdo das plataformas digitais, provocando aumentos súbitos de visitação em locais sem infraestrutura adequada. A Escócia exemplifica este fenômeno: a rota North Coast 500, criada para promover uma região negligenciada, tornou-se viral no Instagram e enfrentou superlotação com problemas de segurança no trânsito. O crescimento dos aluguéis de curta duração agrava a situação, elevando custos habitacionais para residentes enquanto turistas pagam valores superiores por acomodações temporárias.
Governos locais respondem com estratégias diversificadas para gerenciar o problema. A Noruega autorizou autoridades locais a implementar taxas para visitantes, enquanto a Grécia planeja cobrar taxas de cruzeiristas. O Tirol do Sul implementou sistema de ingressos obrigatórios para áreas alpinas, e Paris expandiu horários marcados para atrações como o Louvre. A Espanha adota tecnologia avançada, utilizando ferramentas de monitoramento inteligente para rastrear fluxos em tempo real e redirecionar turistas, além de sistemas de inteligência artificial para prever padrões de viagem.
O setor turístico, que emprega uma em cada dez pessoas globalmente e contribui com mais de 10% do PIB mundial, segundo o Conselho Mundial de Viagens e Turismo, enfrenta o desafio de equilibrar benefícios econômicos com sustentabilidade. Tsukanova destaca que o problema requer "colaboração entre autoridades, empresas, comunidades locais e até criadores de conteúdo que influenciam as escolhas dos viajantes". As Ilhas Faroé demonstram modelo alternativo, limitando acesso a certas áreas e implementando programas autoguiados que direcionam visitantes para rotas menos conhecidas, equilibrando preservação com atividade turística.