Nova York enfrenta queda acentuada no turismo internacional com projeção de declínio de 17% em 2025

Estátua da Liberdade / Foto: Pixabay

Nova York está enfrentando uma significativa redução no número de turistas internacionais, com projeções indicando uma queda de 17% nas chegadas de visitantes estrangeiros em 2025. Enquanto em 2024 a cidade recebeu 13 milhões de visitantes internacionais, as estimativas para este ano apontam para apenas 12,1 milhão de pessoas. O número total de visitantes deve cair de 67 milhões em 2024 para 64,1 milhões em 2025. Esta diminuição representa o maior declínio desde a crise financeira de 2008, com especialistas projetando um impacto econômico de até 4 bilhões de dólares para a cidade.

O cenário atual reflete uma combinação de fatores econômicos e políticos que tornam a viagem aos Estados Unidos mais cara e complicada. Javiar Ruiz, proprietário de um carrinho de café próximo ao Flatiron, observou que "aqueles impostos do Trump aumentaram os preços. Qualquer pessoa que recebe mercadorias do exterior paga mais". O preço de um café em seu estabelecimento subiu de 3 para 5 dólares devido aos custos inflacionados pelas tarifas de importação, que elevaram os preços em 25%. As tensões comerciais e a inflação tornaram Nova York mais cara, afetando especialmente viajantes com orçamento limitado. Além disso, tempos de espera para vistos que chegam a 400 dias e controles fronteiriços mais rigorosos criam obstáculos adicionais para visitantes internacionais.

A mudança vai além dos números e afeta profundamente a percepção internacional da cidade. Gail Morse, guia voluntária do Big Apple Greeters há anos, relatou que "há menos entusiasmo" e que as solicitações de tours caíram 26% na primeira metade de 2025 comparado ao mesmo período de 2024, com uma queda ainda mais acentuada de 39% entre europeus. A empresa de turismo TUI confirma que as tensões entre EUA e União Europeia, junto com controles fronteiriços rigorosos, estão fazendo as pessoas hesitarem, resultando em uma diminuição de quase 5% nas reservas transatlânticas. O Canadá, anteriormente um grande mercado emissor, caiu para o décimo lugar, causando perdas de 200 milhões de dólares.

Diante deste cenário desafiador, a cidade está apostando na Copa do Mundo FIFA de 2026 como principal estratégia de recuperação. O evento, que incluirá partidas eliminatórias no MetLife Stadium em East Rutherford, tem previsão de gerar um impulso de 3,3 bilhões de dólares para a economia de Nova York e Nova Jersey, atraindo meio milhão de visitantes e criando dez mil novos empregos. A NYC Tourism + Conventions também lançou a campanha "Where the World Comes to Play", um esforço de marketing multilíngue de 50 milhões de dólares que abrange 20 países, desde Tóquio até Toronto. A iniciativa visa atrair europeus com processos de visto expeditos e pacotes de viagem sem tarifas, além de focar na crescente classe média asiática para restaurar a posição de Nova York como destino turístico global.

Fabiano Vidal

Técnico em Turismo, Turismólogo, Jornalista, Especialista em Marketing e Publicidade, autor do livro "Do Tambaú ao Garden - A História Moderna do Turismo da Paraíba", agraciado com Voto de Aplausos e a Medalha de Mérito Turístico 2008, ambos concedidos pela Assembléia Legislativa da Paraíba.

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