Legalização dos cassinos impulsiona debate sobre futuro do turismo no Nordeste

Pessoas apostando em um Cassino / Foto de Anna Shvets / Pexels

A proposta de legalização de cassinos, bingos e jogos de azar no Brasil reacende o debate entre potencial econômico e riscos sociais. O Projeto de Lei 2.234/2022, em tramitação no Congresso, prevê a liberação de cerca de mil bingos e mais de 60 cassinos em todo o país. Entre as regiões apontadas como potenciais beneficiadas está o Nordeste, cuja combinação de clima, litoral, cultura e infraestrutura o coloca como candidato natural à atração de grandes investimentos turísticos.

Especialistas do setor veem na legalização uma alavanca para o desenvolvimento regional. Resorts integrados, unindo hospedagem, centros de convenções e casas de jogos, poderiam dinamizar setores como hotelaria, gastronomia, aviação e comércio. Cidades como Salvador, Fortaleza, Recife, Natal e Maceió já estariam prontas para receber um novo perfil de turista de alto padrão, que busca experiências completas, movimenta mais a economia e demanda serviços qualificados.

O impacto fiscal também é citado como positivo, com geração de receita para estados e municípios, sem aumento de impostos para a população. A expectativa é de que os recursos arrecadados reforcem investimentos em infraestrutura, segurança, transporte e saúde pública.

Por outro lado, críticas à proposta ganharam força no Senado. Em pronunciamento recente, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) se posicionou contra a legalização dos jogos de azar, comparando os possíveis efeitos negativos dos cassinos aos já observados com as apostas esportivas online, legalizadas em 2023.

Segundo o parlamentar, as apostas têm gerado endividamento, desemprego e até aumento de suicídios, afetando especialmente jovens e idosos. Ele questiona a eficácia do modelo como gerador de empregos e impulsionador do turismo, apontando também riscos como lavagem de dinheiro, tráfico e exploração sexual.

O senador apelou aos colegas para que rejeitem o projeto, reforçando que legalizar os jogos seria “aceitar como legal um dinheiro manchado pelo sofrimento de famílias desestruturadas”.

O debate segue aberto no Congresso, dividindo opiniões entre os que veem na proposta uma via de desenvolvimento econômico e os que alertam para as consequências sociais da expansão dos jogos de azar.

Redação

Fabiano Vidal

Técnico em Turismo, Turismólogo, Jornalista, Especialista em Marketing e Publicidade, autor do livro "Do Tambaú ao Garden - A História Moderna do Turismo da Paraíba", agraciado com Voto de Aplausos e a Medalha de Mérito Turístico 2008, ambos concedidos pela Assembléia Legislativa da Paraíba.

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