![]() |
Nômade digital na Tailândia / Imagem gerada por IA. |
Além do desconto em hotéis, cada reserva inclui um crédito adicional de 14 dólares para ser usado em restaurantes, lojas e serviços locais. Os cidadãos tailandeses maiores de 18 anos podem solicitar até cinco subsídios: três para destinos principais e dois para cidades secundárias. O cadastro é feito por meio do aplicativo oficial do governo, com exigência de autenticação biométrica e identidade digital.
As reservas podem ser realizadas a partir de 1º de julho, com início das viagens permitido a partir do dia 4 do mesmo mês. Os benefícios estarão disponíveis até 31 de outubro de 2025. Para participar, empresas precisam passar por um processo de verificação financeira em parceria com o Krungthai Bank, o que garante a transparência e o bom uso dos recursos.
Com 500 mil pacotes de viagem disponíveis, o governo tailandês espera movimentar significativamente o setor. A expectativa é que os recursos injetados aqueçam economias locais, em especial nas regiões menos visitadas, fortalecendo pequenas empresas ligadas à alimentação, ao artesanato, ao transporte e ao bem-estar.
O momento também coincide com o crescimento do trabalho remoto e do turismo voltado para nômades digitais — profissionais que conciliam suas rotinas de trabalho com deslocamentos prolongados por diferentes cidades e países. Hotéis como o AC Clearwater Beach, na Flórida, têm apostado em produtos específicos para esse público, como o pacote “Hush Trip Haven”, que inclui coworkings, espaços para reuniões virtuais, kits de produtividade e descontos em estadias durante a semana.
A tendência de adaptação da hotelaria ao estilo de vida remoto reflete transformações no turismo global. Nômades digitais tendem a alugar imóveis por períodos mais longos, frequentar mercados locais e integrar-se às comunidades que visitam, diferentemente dos turistas convencionais.
Por outro lado, essa nova dinâmica levanta desafios, como o impacto sobre o mercado imobiliário e o custo de vida em determinados destinos. Enquanto cidades como Barcelona impõem restrições ao aluguel de curto prazo, surgem hospedagens híbridas com infraestrutura compartilhada e eventos comunitários voltados a estadias médias.
Estudos recentes apontam que os destinos que desejam atrair nômades digitais precisam oferecer mais do que boa conexão de internet. A chamada “inteligência de destino” inclui suporte a demandas sociais, culturais, educacionais e familiares. Serviços voltados a famílias viajantes, como educação itinerante e atividades para crianças, começam a ganhar espaço.
Com uma estratégia que alia incentivo financeiro à adaptação às novas formas de viajar e trabalhar, a Tailândia busca se posicionar como referência em turismo acessível, moderno e conectado às transformações do século XXI.
Redação