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Imagem gerada por IA |
Entre os principais obstáculos apontados pelo próprio plano estão questões relacionadas à infraestrutura turística, conectividade aérea, segurança pública e qualidade dos serviços. Esses fatores, há décadas, figuram entre os gargalos do setor e foram destacados na escuta qualificada realizada pela Embratur com representantes do trade turístico, governos estaduais, especialistas e sociedade civil.
A precariedade da infraestrutura em muitos destinos, especialmente fora dos grandes centros urbanos, compromete a experiência do visitante e dificulta a interiorização do turismo, um dos objetivos do Plano Brasis. A ampliação da malha aérea internacional, embora tenha registrado crescimento de 12,1% em 2024, ainda é insuficiente para assegurar maior acessibilidade aos principais mercados emissores, como Estados Unidos e Europa.
Outro desafio relevante é a segurança pública. A imagem internacional do Brasil ainda está associada, segundo pesquisas encomendadas pela Embratur, a altos índices de violência, o que inibe a decisão de viagem de muitos turistas estrangeiros. Combater essa percepção e garantir a segurança real dos visitantes são pontos considerados fundamentais para o sucesso do plano.
A qualidade dos serviços turísticos, incluindo hospedagem, alimentação, transporte e atendimento ao cliente, também aparece como um fator que necessita aprimoramento. O Brasil possui uma vasta rede de micro e pequenas empresas no setor, responsáveis por mais de 97% dos empreendimentos turísticos. O Plano Brasis prevê, nesse aspecto, uma articulação estratégica com o Sebrae para capacitar esses negócios e promover sua inserção no mercado internacional.
Além desses desafios, o país precisa superar a fragmentação na gestão do turismo. O plano propõe a integração entre a estratégia nacional e planos específicos para cada uma das 27 unidades da federação, com o objetivo de alinhar as ações e potencializar os resultados. Contudo, o histórico de políticas públicas na área evidencia dificuldades recorrentes na articulação entre os diferentes níveis de governo.
A promoção da imagem internacional do Brasil é outro ponto sensível. O plano reconhece a necessidade de combater estereótipos que reduzem o país a destinos de sol e praia, além de reverter percepções negativas associadas à violência e à insegurança. Para isso, a nova campanha aposta na diversidade cultural e natural como elementos-chave, sintetizados na mensagem: “Brasil, único. Mas muito além de um só”.
Apesar dos obstáculos, o Brasil registrou, em 2024, resultados expressivos: mais de 6,7 milhões de turistas internacionais, um recorde histórico, além de receitas superiores a 7,3 bilhões de dólares. O governo projeta, com o Plano Brasis, alcançar a marca de 8 milhões de visitantes estrangeiros até 2027 e consolidar o país como líder em turismo na América do Sul.
A execução do plano será monitorada por meio de indicadores de desempenho e metas estabelecidas para o período. A expectativa é que, com ações baseadas em inteligência de mercado e cooperação entre os setores público e privado, o Brasil consiga não apenas superar seus desafios estruturais, mas também se posicionar de maneira mais competitiva e sustentável no mercado turístico internacional.
Redação