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Foto de Yuting Gao / Pexels |
Historicamente, o Ministério do Turismo e a GAESA, conglomerado administrado pelos militares, mantinham controle rigoroso sobre a infraestrutura turística. Empresas estrangeiras podiam gerenciar hotéis estatais, mas o estado monitorava de perto investimentos, contratações, cardápios e salários. O novo sistema de arrendamento, liderado pelo primeiro-ministro Manuel Marrero, ex-ministro do turismo, visa flexibilizar essas restrições, concedendo às empresas maior independência para aumentar a eficiência e atrair visitantes. Segundo representantes das empresas envolvidas, "esta modernização proporciona a certeza de planejamento e flexibilidade orientada pelo mercado que há muito buscávamos".
A economia cubana enfrenta escassez contínua, inflação crescente e falta de moeda estrangeira, dificultando a importação de itens essenciais como alimentos e combustível. O turismo, junto com exportações médicas e remessas, representa uma fonte crucial de renda, mas ainda não se recuperou do impacto da COVID-19. Antes da pandemia, em 2018, Cuba recebeu 4,7 milhões de turistas, porém as projeções para 2025 são de apenas 1,8 milhão, uma diminuição significativa em relação a 2024 e muito abaixo dos níveis anteriores.
Esta estratégia de arrendamento hoteleiro representa uma mudança pragmática para Cuba, dentro dos limites de sua ideologia. O estado mantém a propriedade das instalações, preservando os princípios socialistas enquanto cede algum controle operacional. Projetos piloto iniciais serão avaliados antes de uma implementação mais ampla, com termos negociados individualmente sem uma estrutura padrão, conforme relatado pela agência de notícias espanhola EFE. Se bem-sucedida, a iniciativa pode se estender além do turismo, fornecendo um modelo para reformas híbridas em outros setores em dificuldades.