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Imagem gerada por IA. |
Gabriela González, diretora do Programa Nacional Contra o Tráfico Humano do México, alertou que a Copa do Mundo pode aumentar significativamente o risco de exploração sexual de crianças. A Anistia Internacional destacou que eventos como a Copa do Mundo podem agravar problemas sociais, fornecendo cobertura para redes de tráfico. O México sediará 13 partidas na Cidade do México, Guadalajara e Monterrey, com estádios que comportam até 46.300 pessoas. Essas cidades já são conhecidas por casos de exploração, situação agravada pela localização próxima à fronteira e rotas estabelecidas de tráfico.
Segundo a Organização Internacional para Migrações, cerca de 20% dos 600 milhões de viagens internacionais anuais são motivadas por turismo sexual, sendo que aproximadamente 3% envolvem intenções pedófilas, representando mais de três milhões de predadores em potencial. No México, dados oficiais de janeiro de 2015 a fevereiro de 2025 registram 2.835 vítimas menores de idade de tráfico em casos de jurisdição comum, número que pode ser substancialmente maior na realidade. O SIPINNA estima que mais de 20.000 menores são afetados pelo turismo sexual, com 36% dos perpetradores vindos dos Estados Unidos e Canadá.
Um estudo de 2024 da SECTUR, envolvendo 115.086 menores em todo o México, revelou que 40% acreditam que crianças podem ser forçadas a atos sexuais por adultos. Aqueles em situação de pobreza e exploração laboral são especialmente vulneráveis. Para combater essa realidade, muitos hotéis seguem o Código Nacional de Conduta para Proteção de Crianças em Viagens e Turismo, treinando funcionários para reconhecer sinais de tráfico. Mudanças recentes na Lei Geral de Turismo exigem comprovação de tutela, com penalidades para o não cumprimento. A iniciativa "Geração 2026", do Centro para Esporte e Direitos Humanos, recomenda prevenção proativa para defender crianças durante a competição, enquanto a Federação Mexicana de Futebol assumiu compromissos sobre esforços anti-tráfico e igualdade de gênero.