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O Engenho Corredor que pertenceu à família de José Lins do Rêgo / Foto: IPHAN |
A decisão foi tomada na 110ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural e resultou na inscrição do conjunto no Livro do Tombo Histórico e no Livro do Tombo das Belas Artes. O tombamento abrange a casa grande restaurada, ruínas da casa de engenho, a casa de purgar, a antiga senzala, além de toda a área contida na poligonal definida no parecer técnico.
O Engenho Corredor está diretamente ligado à memória de José Lins do Rêgo, que viveu ali até os oito anos e ambientou obras como “Menino de Engenho”. Sua literatura, marcada pelo regionalismo da geração de 1930, trouxe à tona contradições sociais e econômicas do Nordeste açucareiro. Durante a reunião, o presidente do Iphan, Leandro Grass, ressaltou a importância das obras de Lins do Rêgo e Gilberto Freyre para consolidar críticas posteriores sobre as relações sociais no Brasil.
O relator Gustavo Peixoto destacou que o escritor deu ao país projeção ao retratar o engenho em sua literatura, o que conferiu prestígio ao patrimônio tombado. Arquitetos envolvidos no processo, como Raglan Gondim e Giovani Barcelos, reforçaram o valor simbólico do espaço como memória viva. Atualmente aberto à visitação mediante agendamento, o engenho abriga móveis, utensílios e fotografias da família do escritor, servindo como espaço de educação patrimonial.