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O evento, que deve receber cerca de 50 mil participantes, já havia enfrentado questionamentos de negociadores internacionais. Em julho, representantes solicitaram ao governo brasileiro a transferência parcial da conferência para cidades com maior capacidade hoteleira. O Observatório do Clima chegou a alertar, em agosto, que a COP30 poderia ser "a mais excludente da história" devido aos preços elevados.
Para tentar reverter o cenário, a organização da ONU aumentou de US$ 144 para US$ 197 o subsídio diário destinado a delegados de 144 países em desenvolvimento, equivalente a aproximadamente R$ 1.044 na cotação atual. O reajuste da Diária das Nações Unidas (DSA) foi anunciado pelo secretário-executivo Simon Stiell, atendendo a uma reivindicação apoiada pelo Brasil.
Apesar do aumento, o governo brasileiro considera que o valor ainda permanece abaixo da média praticada em outras capitais do país e não cobre integralmente os custos locais. Por essa razão, o Brasil sugeriu que a UNFCCC estude a aplicação de uma taxa ad hoc, um reforço emergencial exclusivo para esta edição da conferência.
Como medidas emergenciais, o governo criou um grupo de trabalho para intermediar melhores condições de hospedagem e contratou dois navios de cruzeiro privados, que somam 6 mil leitos. Contudo, as embarcações ficarão localizadas a 20 quilômetros do centro de negociações.
Atualmente, mais de 42 mil quartos estão disponíveis em Belém para novembro, distribuídos entre hotéis na capital e região metropolitana (8.166 quartos), cabines em navios (3.882, com 800 opções por até US$ 200 diários), Bnetwork (7.354 quartos, até US$ 600 diários) e plataformas como Airbnb e Booking.com (23,3 mil unidades).
A conferência foi idealizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Belém com o objetivo de dar visibilidade à Amazônia, região considerada essencial para o enfrentamento da crise climática. Para aliviar a demanda hoteleira, a cúpula de chefes de Estado foi antecipada para 6 e 7 de novembro, mas os preços médios permanecem acima do limite estabelecido pela ONU.
Outras 70 delegações seguem em negociação por hospedagem, seja através da Bnetwork, Qualitours ou reservas próprias. As plataformas Hotels.com e Airbnb.com acataram recomendações da Defensoria Pública do Pará, Ministério Público, Procon e OAB, bloqueando anúncios considerados abusivos e emitindo alertas quando os valores ultrapassam a média de mercado.