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Cidade do México / Foto de Rafael Guajardo / Pexels |
Esse conflito está diretamente relacionado ao fenômeno da gentrificação, processo pelo qual bairros tradicionalmente populares e acessíveis passam por uma valorização imobiliária intensa, geralmente associada à entrada de turistas e investidores externos. Esse movimento eleva os preços dos imóveis e dos aluguéis, tornando inviável a permanência dos residentes originais, que acabam deslocados para áreas periféricas.
Na Cidade do México, a chegada de turistas e migrantes, principalmente americanos, intensificou a demanda por aluguéis de curto prazo, como Airbnb, impulsionando a gentrificação em áreas como Condesa e Roma. Isso resultou no aumento expressivo dos valores de aluguel e na expulsão de famílias locais.
Na Europa, protestos similares contra o turismo excessivo têm ocorrido em Barcelona, onde a população turística chega a ser quase dez vezes maior que a local, além de Veneza, Lisboa e Maiorca. Em Barcelona, a prefeitura anunciou a proibição de apartamentos turísticos até 2028 como tentativa de conter o problema. Os manifestantes exigem limites ao número de visitantes, proibição de aluguéis de curto prazo e políticas de habitação acessível para proteger os moradores.
Embora o turismo represente uma parcela significativa da economia local, essas manifestações evidenciam a tensão entre o desenvolvimento turístico e a preservação da qualidade de vida das comunidades. A gentrificação associada ao turismo de massa tem gerado impactos sociais e econômicos que exigem a adoção de políticas de turismo sustentável e gestão urbana equilibrada.
Redação