O plano de reestruturação aprovado prevê a conversão de até US$ 2,55 bilhões em dívidas em ações da companhia. O Grupo Abra, principal acionista da Gol, receberá US$ 950 milhões em novas ações e terá US$ 850 milhões em dívidas reestruturadas como parte do acordo.
Durante o processo judicial, a empresa conseguiu assegurar US$ 1,375 bilhão em financiamento, incluindo US$ 125 milhões de novos aportes. A conclusão do processo foi possível após a Gol chegar a um acordo com seu último credor, a Whitebox Advisors LLC, no início de maio.
Após levantar US$ 1,9 bilhão em financiamento de saída e quitar integralmente seu financiamento DIP, a Gol agora opera com uma posição de liquidez de aproximadamente US$ 900 milhões. A alavancagem da companhia foi significativamente reduzida para 5,4x, com projeção de alavancagem líquida inferior a 3x até o final de 2027.
"Hoje somos significativamente mais fortes. Racionalizamos nossa frota, otimizamos nossos custos, redesenhamos nossa malha, aprimoramos nosso foco operacional e impulsionamos nossa eficiência administrativa", afirmou Celso Ferrer, CEO da companhia.
Com o balanço reforçado, a Gol destaca estar bem-posicionada para investir na experiência do cliente e na expansão da malha aérea. A empresa possui um plano de cinco anos que prevê mais investimentos na experiência do cliente e novas rotas.
A partir de 12 de junho de 2025, as ações da companhia passarão a ser negociadas na B3 com novos códigos e configurações. As ações ordinárias migrarão de GOLL3 para GOLL53, enquanto as preferenciais passarão de GOLL4 para GOLL54. O novo fator de cotação será de R$ por 1.000 ações, com lote padrão de negociação de 1.000 ações.
Paralelamente ao processo de recuperação judicial, a Gol mantém negociações para fusão com a Azul, tratativa anunciada em janeiro. A união das companhias ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Caso aprovada, a fusão poderá resultar no controle de 60% do mercado aéreo brasileiro e quase 100 rotas sem concorrência direta, com a proposta prevendo a manutenção das marcas em operação integrada.