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Foto: Assessoria |
O processo de registro teve duração de três anos, entre 2013 e 2016, conduzido pela Superintendência do Iphan na Paraíba. A equipe técnica contou com a participação de consultores, ativistas, estudantes, pesquisadores e dos próprios feirantes como colaboradores e agentes políticos.
Conhecida como "Feira das Feiras", o espaço comercial funciona em uma área de 75 mil metros quadrados, distribuída em nove ruas paralelas e perpendiculares. O comércio opera de segunda-feira a sábado, oferecendo produtos no atacado e varejo, incluindo algodão, couro, carne, queijo, rapadura, mandioca e diversos alimentos e utensílios domésticos e de trabalho.
Além das atividades comerciais, a feira abriga manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas. No local, profissões são forjadas e transmitidas através de círculos familiares, comunitários e relações de apadrinhamento e vizinhança.
A feira integra o grupo de importantes centros comerciais nordestinos, ao lado das feiras de Caruaru, no Ceará, e São Joaquim, na Bahia. O espaço reúne artefatos e sotaques regionais, demonstrando os modos de ser e viver da população local através de suas mercadorias diversas.
Emanuel Braga, Superintendente do Iphan na Paraíba, destaca a importância cultural do local. Segundo ele, a feira preserva uma forma particular de relacionamento comercial, caracterizada pelo contato pessoal entre feirante e freguês, a pechincha e o conhecimento da vida alheia, contrastando com as relações comerciais contemporâneas.
O espaço também representa resistência histórica, tendo enfrentado diversas ameaças à sua existência e projetos de remoção ao longo do tempo. O registro pelo Iphan reconheceu essa resistência e estabeleceu diretrizes para melhorar as condições precárias do local, garantindo voz aos feirantes na busca por melhorias.
A Feira de Campina Grande situa-se estrategicamente entre o litoral e o sertão paraibano, consolidando-se como centro de comunicação onde a memória coletiva funciona como arquivo vivo da cultura regional.