![]() |
| João Pessoa terá apresentação de Toré no sábado (29) / Foto: Secom/PB |
A reunião entre as duas etnias possui valor simbólico particular por reunir povos que compartilham a mesma origem tupi, mas foram separados por processos históricos complexos. A cerimônia contará com a participação de 30 caciques Potiguaras, liderados por Sandro Gomes Barbosa, cacique-geral do Povo Potiguara, que também atua como cacique interino de aldeias como Mata Escura, Silva de Belém, Taepe e Três Rios. Da etnia Tabajara, quatro caciques estarão presentes: Carlos Batista de Sousa da Aldeia Gramame, Paulo dos Santos Maciel da Aldeia Nova Conquista, Josoaldo da Silva Bernardo da Aldeia Severo Bernardo e Ednaldo dos Santos Silva da Aldeia Vitória.
O contexto histórico que levou à separação territorial dessas nações remonta a 1585, quando os colonizadores portugueses chegaram à Paraíba e utilizaram rivalidades preexistentes entre os grupos indígenas para estabelecer seu domínio no Nordeste. Os Tabajaras, que ocupavam o litoral sul, formaram alianças estratégicas com os portugueses e participaram da fundação de aldeias como Alhandra e Taquara. Essa colaboração permitiu aos colonizadores consolidar o controle sobre a região, enquanto os Potiguaras que resistiram ao processo de colonização enfrentaram combates diretos.
A configuração territorial resultante dessa dinâmica colonial segregou definitivamente os grupos. Os Potiguaras foram direcionados para o litoral norte da Paraíba, estabelecendo-se principalmente nas regiões de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto. Os Tabajaras, por sua vez, fixaram-se no litoral sul do estado. O encontro promovido pelo FliParaíba 2025 representa, portanto, uma oportunidade de reencontro entre povos que compartilham raízes comuns, mas foram afastados por séculos de história marcada pela colonização.
