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| Foto de Rafael Rodrigues / Pexels |
O projeto conta com características inovadoras que o diferenciam de aeroportos convencionais. "Queremos apoiar um aeroporto que seja sustentável e inovador, não apenas um espaço para voos. Parte será automatizada por robôs. É algo novo para o mundo, não apenas para o Brasil", afirmou Zurab Pololikashvili, secretário-geral da ONU Turismo, que presta consultoria para o empreendimento. Oscar Rueda García, diretor de Turismo Sustentável do CAF, complementou: "Precisamos de conexões mais econômicas", ao ressaltar que a conectividade é um desafio ao turismo na América Latina. A modernização tecnológica visa agilizar processos, reduzir custos operacionais e melhorar a experiência dos passageiros, alinhando-se com práticas sustentáveis globais.
A viabilidade do projeto está diretamente relacionada à aprovação do Projeto de Lei 4.392/2023, que tramita no Congresso Nacional e propõe permitir que empresas aéreas estrangeiras realizem transporte doméstico (cabotagem). Parlamentares negociam a extensão da área de abrangência para todo o Norte e Nordeste, o que permitiria que companhias estrangeiras transportem passageiros entre cidades brasileiras antes de retornar ao país de origem. O aeroporto também pode receber incentivos do Programa de Aceleração do Turismo Internacional (Pati), iniciativa federal voltada à promoção do Brasil nos mercados internacionais e ampliação da conectividade aérea. Por meio do programa, companhias aéreas brasileiras ou estrangeiras e aeroportos podem submeter projetos de novos voos diretos e regulares internacionais para acessar fundos promocionais e campanhas de divulgação do Visit Brasil.
A necessidade de expansão da infraestrutura aeroportuária brasileira é evidenciada pelos recordes consecutivos do setor. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que em agosto de 2025 foram transportados 11,2 milhões de passageiros nos aeroportos brasileiros, sendo 8,7 milhões em voos nacionais e 2,4 milhões em voos internacionais. O crescimento foi de 8,5% no mercado doméstico e 12,9% no internacional em relação ao mesmo período de 2024. "A expansão da malha aérea vai ampliar a oferta de voos, reduzir e facilitar a mobilidade dos visitantes, tanto brasileiros quanto estrangeiros, mais um estímulo fundamental para aumentarmos o fluxo internacional para o Nordeste. Projetos como o novo aeroporto internacional são estratégicos para atrair investimentos, impulsionar o turismo e descentralizar o desenvolvimento econômico", declarou Marcos Jorge, CEO da RTSC.
O setor turístico nacional enfrenta desafios estruturais que o novo aeroporto pode ajudar a resolver. "A conexão logística e a mobilidade hoje são gargalos fundamentais para conseguir destravar o turismo, tirar a pressão de alguns lugares e abrir outros destinos", destacou Marina Figueiredo, presidente executiva da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa). Segundo a executiva, uma das principais dificuldades do turismo nacional é a conectividade ruim entre cidades, resultado da soma de uma malha aérea limitada com a baixa cobertura de outros transportes modais por questões de infraestrutura. A criação de um hub internacional no Nordeste pode gerar milhares de empregos diretos e indiretos, impulsionar a rede hoteleira e fortalecer a infraestrutura local.
A disputa entre estados nordestinos para sediar o aeroporto deve intensificar as negociações sobre incentivos fiscais, licenciamento ambiental e condições econômicas favoráveis. O Fórum Turismo e Investimentos Brasil 360° foi organizado pela RTSC, holding de investimentos com atuação nos setores financeiro, imobiliário e turístico, em parceria com a Qore Investimentos e colaboração da ONU Turismo. A concretização do projeto promete movimentar investimentos significativos e estimular a concorrência regional, beneficiando toda a cadeia de turismo e serviços. Além do Nordeste, a tendência de expansão da malha aérea brasileira se confirma com outros projetos, como o aeroporto internacional de Olímpia, em São Paulo, que receberá investimento de R$ 500 milhões, evidenciando como infraestrutura e conectividade aérea podem ser catalisadores de desenvolvimento econômico e social.
