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Imagem gerada por IA. |
Na Itália, o Tirol do Sul propôs limitar o número de leitos turísticos como forma de conter o volume de visitantes. Já na Espanha, as Ilhas Canárias enfrentam uma crise habitacional causada pela proliferação de aluguéis para turistas, que elevam os preços e dificultam o acesso dos moradores a moradias acessíveis. Em Atenas, a superlotação do sítio arqueológico da Acrópole levou ao fechamento temporário do local em alguns dias. O excesso de turistas tem afetado ecossistemas sensíveis, como as águas das ilhas mediterrâneas, e alterado profundamente a vida cotidiana das comunidades locais, inclusive com a precarização de empregos no setor de hospitalidade.
Entre os principais motores do turismo de massa estão as passagens aéreas de baixo custo, a popularização de cruzeiros e o crescimento de plataformas de aluguel por temporada. As redes sociais também têm influência direta, promovendo destinos “instagramáveis” como Santorini e Mallorca, gerando um efeito de massa que concentra ainda mais os fluxos turísticos. Especialistas alertam que muitos viajantes desconhecem os impactos sociais e ambientais de suas escolhas de viagem, reforçados por algoritmos que repetem recomendações populares.
Como resposta, diversas iniciativas já estão em andamento. A França, por exemplo, passou a restringir o acesso ao Parque Nacional das Calanques durante o verão. Algumas cidades portuárias europeias têm limitado a quantidade de navios de cruzeiro. Além disso, propostas como a oferta de vouchers culturais para estimular viagens fora da alta temporada, regras mais rígidas para o setor de cruzeiros e a redistribuição do fluxo turístico por meio da promoção de destinos menos explorados ganham força.
Para evitar que locais historicamente valiosos percam sua essência e sustentabilidade, é essencial uma transformação na lógica da indústria do turismo. Essa mudança exige ação coordenada entre governos, empresas e turistas, com foco em estratégias de longo prazo. Preservar os patrimônios naturais e culturais da Europa não é apenas uma questão ambiental, mas também social e econômica — uma urgência que deve orientar as políticas de turismo nos próximos anos.
Redação