Crise da Covid-19 já custa R$ 3,9 bi a operadoras de turismo


O impacto das medidas adotadas para conter a pandemia do novo coronavírus nas operadoras de turismo brasileiras já soma R$ 3,9 bilhões em adiamentos e cancelamentos de viagens, que já passam de 90% até maio. Os dados foram divulgados hoje (14) pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), que pede a implementação rápida de políticas públicas de apoio ao setor turístico.

As operadoras de turismo são empresas que montam pacotes e programas de viagens que são comercializados pelas agências, e a perda contabilizada em 2020 já equivale a cerca de 25% de todo o faturamento das operadoras em 2019, que foi de R$ 15,1 bilhões.

Segundo o balanço, 90,4% dos embarques programados para março foram adiados ou cancelados. O percentual sobe para 96,2% se considerados os embarques de abril e abrange 94,2% das viagens marcadas para maio.

Os adiamentos e cancelamentos já atingem 63,5% das viagens vendidas para junho, e, em média, 26,9% de todos os embarques programados para o segundo semestre de 2020. O impacto se estende até 2021, ano em que já há 3,8% de viagens adiadas ou canceladas.

Os cancelamentos de viagens afetaram 98% das operadoras ouvidas pela pesquisa, e 36% delas afirmam que o percentual de embarques cancelados passou de 75% do total previsto.

Um terço dos clientes que cancelaram as viagens já recebeu o reembolso à vista, 43% ainda estão no período de carência para reembolso, 11% optaram por carta de crédito e 10% serão pagos de forma parcelada ou negociada.

Sobre os adiamentos de viagens, três quartos das operadoras afirmam que eles superam 50% do total de embarques programados.

Vendas
Assim como as viagens já marcadas, as vendas de novos embarques foram severamente afetadas pela pandemia. Segundo a Braztoa, 45% das empresas do setor não realizaram nenhuma venda em março. Outras 45% atingiram, no máximo, o equivalente a 10% do movimento registrado em março de 2019.

Como 70% das vendas realizadas são para o segundo semestre de 2020, a associação prevê que a efetivação das viagens pode ser comprometida se a pandemia se estender, o que pode trazer mais adiamentos e cancelamentos.

Empregos
A pesquisa da Braztoa aponta que 10% dos trabalhadores das operadoras de turismo foram demitidos entre 29 de fevereiro e 31 de março. As demissões somam 642 pessoas, segundo a associação. O percentual de empresas que planeja demitir em abril chega a 45%, enquanto 55% declararam que não farão cortes.

O percentual de demissões previstas para este mês pode chegar a 75% do total de funcionários para 4% das operadoras de turismo que pretendem demitir, e ficar entre 50% e 75% dos trabalhadores para 15% dessas empresas.

As operadoras também responderam sobre as medidas que foram adotadas para evitar demissões: 78% promoveram reduções de carga horária e salário, 74% deram férias, 22% concederam licenças remuneradas e 20% suspenderam contratos de trabalho temporariamente.

Agência Brasil

Postar um comentário

0 Comentários