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| Moscou / Foto: Enrique / Pexels |
O impacto no fluxo turístico é expressivo. Dados do Serviço de Guarda de Fronteiras da Rússia indicam que apenas 65.950 cidadãos europeus entraram no país como turistas no primeiro semestre de 2025. O número representa uma queda de quase 90% em comparação ao mesmo período de 2019, quando foram registrados mais de 567 mil visitantes. O perfil dos poucos viajantes restantes restringe-se majoritariamente a pessoas com dupla cidadania ou laços familiares, que utilizam rotas alternativas via Istambul, Belgrado ou Yerevan.
As penalidades para o descumprimento das normas são severas. Na Bulgária, onde agências ainda anunciavam viagens para Moscou e Sochi, multas podem chegar a 510 mil euros, com possibilidade de prisão para diretores de empresas. Países como Polônia, Finlândia e os estados bálticos adotam medidas similares. Além das sanções governamentais, seguradoras deixaram de oferecer cobertura para despesas médicas e repatriação em viagens à Rússia, ampliando os riscos para os turistas.
Diante do bloqueio legal, o mercado de turismo europeu redirecionou o foco para destinos alternativos que oferecem experiências culturais semelhantes. Geórgia e Quirguistão registraram um aumento de cerca de 80% nas reservas de clientes europeus em 2025. Armênia, Cazaquistão e Uzbequistão também se beneficiam dessa migração de demanda. O cenário marca o fim de uma era de três décadas em que a Rússia figurava como destino relevante para o turismo cultural europeu, com a infraestrutura de conexões aéreas e bancárias agora desmantelada e sem previsão de recuperação a curto prazo.
