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| Foto: WTM London / Divulgação |
Jeremy Smith, consultor independente em ação climática, foi enfático ao afirmar que a indústria de viagens trata a emergência climática "como pouco mais que um desafio técnico, quase como algo que poderia ser consertado como religar uma tomada". Durante a sessão "Outros Mundos São Possíveis: Reimaginando o Propósito do Turismo", Smith argumentou que as empresas deveriam focar não apenas na redução de emissões, mas em permitir que turistas compreendam os impactos reais nas comunidades.
A 19ª edição da Cúpula de Ministros da WTM concentrou discussões em investimentos setoriais e formação profissional. Ministros de Filipinas, Quênia e Equador apresentaram casos de uso de incentivos fiscais para atrair investimentos através de parcerias público-privadas. A educação da nova geração de profissionais foi identificada como elemento crucial para o futuro do setor, com representantes de Grécia, Portugal e França defendendo formação especializada nas necessidades específicas do turismo.
Smith destacou iniciativas que considera exemplares, como a operadora Blue Yonder, que capacitou produtores de arroz em Kerala, na Índia, como guias de caiaque nas águas costeiras, oferecendo-lhes renda adicional e treinamento em resgate de emergência. Ele também elogiou empresas que empregam refugiados em hotéis e pessoas que vivenciaram situação de rua como guias turísticos, exemplificando como "o turismo mostra que outros mundos são possíveis".
A sessão "Quando o Lugar Responde: Comunidades Escrevendo a História" trouxe líderes comunitários do Nepal, Bahamas e África, que criticaram estereótipos perpetuados pelo marketing turístico. Kgomotso Ramothea, da Associação Africana de Viagens e Turismo, contestou a redução do continente africano a "pôr do sol e safári", defendendo experiências autênticas como a produção comunitária de cerveja de banana como complemento aos safáris tradicionais.
