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Inteligência artificial e a compreensão emocional dos usuários deve revolucionar o setor de vagens e turismo até 2035, na visão de Veronica Diquattro, da Omio. Imagem gerada por IA. |
Entre as principais tendências citadas está o conceito de “Book as you Binge” – a possibilidade de reservar viagens imediatamente ao assistir a um conteúdo audiovisual, como uma série ou filme. A ideia é eliminar o atrito dos atuais sistemas de busca, permitindo que o viajante reserve a partir de um impulso emocional, sem sair da plataforma em que está imerso. Para Diquattro, a inteligência artificial tornará esse processo automatizado e responsivo ao comportamento do usuário.
Ela também destacou os chamados Emotional Goal Engines, sistemas de recomendação que não se baseiam apenas em destino ou preço, mas em objetivos emocionais. Esses motores inteligentes poderão sugerir viagens com base em desejos como conexão afetiva, descanso ou aventura, oferecendo ao usuário experiências compatíveis com seu estado emocional e preferências de estilo de vida.
Outro avanço citado é a introdução dos AI-ttentive Journey Agents, assistentes de viagem com inteligência artificial que aprendem com o comportamento do viajante e antecipam problemas. Em situações como cancelamentos de voos ou mudanças de trajeto, esses agentes poderão oferecer alternativas, remarcar passagens ou propor novas soluções de forma imediata e personalizada.
Um dos conceitos centrais da entrevista foi o de No-prep Journeys, ou “viagens sem preparo prévio”. Essa tendência aponta para um futuro em que o viajante não precisará planejar detalhadamente sua jornada. A tecnologia cuidará da organização com base nos dados do usuário, histórico de preferências, agenda e localização em tempo real. Ou seja, os sistemas serão capazes de propor e executar toda a logística da viagem automaticamente. No entanto, Diquattro alerta que esse tipo de praticidade só será positivo se houver transparência e controle por parte do usuário quanto ao uso de suas informações. A confiança será um fator essencial.
Ela também citou a atuação da Omio na integração de diferentes modais de transporte – como trens, ônibus, balsas e voos – em uma única plataforma. Com presença em 45 países e suporte em mais de 30 idiomas, a empresa visa reduzir barreiras logísticas e tornar as viagens mais eficientes, especialmente em trajetos internacionais.
Veronica ressaltou ainda o papel crescente da Geração Alpha no setor. Formada por jovens que já nascem conectados ao ambiente digital, essa geração tende a buscar experiências físicas inspiradas por universos virtuais e redes sociais. Isso deve influenciar diretamente o modo como viagens serão planejadas, cada vez mais gamificadas, sensoriais e interativas.
Por fim, Diquattro chamou atenção para a responsabilidade ética das empresas frente a essa evolução tecnológica. A personalização com IA precisa ser orientada por princípios de privacidade, equidade e sustentabilidade. Segundo ela, soluções como computação com menor emissão de carbono e algoritmos energicamente mais eficientes serão essenciais para garantir que o avanço tecnológico no turismo também contribua com o planeta.
Redação