Alerta de “não viaje” emitido pelo Reino Unido impacta 31 países e redefine o fluxo do turismo internacional

Foto de Boys in Bristol Photography / Pexels

O governo britânico emitiu, hoje (20), um alerta oficial desaconselhando viagens a 31 países, incluindo Rússia, Venezuela, Haiti, Irã, Síria, Afeganistão e Coreia do Norte. A medida foi publicada pelo Escritório de Relações Exteriores e da Comunidade das Nações do Reino Unido (Foreign and Commonwealth Office), com base em riscos relacionados à segurança, conflitos armados, instabilidade política e ameaças sanitárias. A decisão provocou um abalo imediato no ecossistema turístico global, cancelando reservas, paralisando rotas comerciais e fragilizando setores econômicos inteiros em países onde o turismo representa uma importante fonte de renda.

O aviso chega em pleno auge da temporada de férias, período que historicamente representa mais de um terço das viagens internacionais realizadas por britânicos. Muitas famílias se viram obrigadas a alterar destinos de última hora, pressionando regiões alternativas como Portugal, Grécia, Croácia, Canadá e Austrália. Com o redirecionamento massivo, surgem gargalos: falta de hospedagem, escassez de transporte, inflação de preços e impactos sobre infraestrutura local. Países considerados seguros, mas fora da lista tradicional de verão, como Nova Zelândia, também passaram a receber esse fluxo inesperado.

O efeito dominó atinge diretamente pequenos empreendimentos nos países afetados. Guias turísticos, operadores de passeio, restaurantes locais e redes de hospedagem comunitária perderam reservas e projeções de faturamento. Em economias frágeis como a do Haiti, onde o turismo representa até 3% do PIB, a queda de visitantes pode significar recessão prolongada e maior vulnerabilidade social. Há ainda impactos indiretos: pacotes culturais cancelados, investimentos turísticos congelados e projetos de cooperação internacional suspensos. Seguradoras já revisaram coberturas e operadoras redesenham seus catálogos com foco em destinos considerados de baixo risco e com maior estabilidade.

Historicamente, alertas semelhantes — como os emitidos durante a epidemia de ebola na África Ocidental ou as revoltas no norte da África — provocaram quedas de até 70% nas chegadas turísticas, com recuperação levando de dois a cinco anos. Diante disso, especialistas alertam para a urgência de políticas de diversificação de mercados emissores, fortalecimento de infraestrutura em destinos emergentes e comunicação mais transparente com o público viajante. O novo mapa do turismo global em 2025 não é apenas uma questão de logística, mas um reflexo direto das desigualdades entre os países e da crescente interdependência entre segurança, economia e mobilidade humana.

Redação

Fabiano Vidal

Técnico em Turismo, Turismólogo, Jornalista, Especialista em Marketing e Publicidade, autor do livro "Do Tambaú ao Garden - A História Moderna do Turismo da Paraíba", agraciado com Voto de Aplausos e a Medalha de Mérito Turístico 2008, ambos concedidos pela Assembléia Legislativa da Paraíba.

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