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Foto de Boys in Bristol Photography / Pexels |
O aviso chega em pleno auge da temporada de férias, período que historicamente representa mais de um terço das viagens internacionais realizadas por britânicos. Muitas famílias se viram obrigadas a alterar destinos de última hora, pressionando regiões alternativas como Portugal, Grécia, Croácia, Canadá e Austrália. Com o redirecionamento massivo, surgem gargalos: falta de hospedagem, escassez de transporte, inflação de preços e impactos sobre infraestrutura local. Países considerados seguros, mas fora da lista tradicional de verão, como Nova Zelândia, também passaram a receber esse fluxo inesperado.
O efeito dominó atinge diretamente pequenos empreendimentos nos países afetados. Guias turísticos, operadores de passeio, restaurantes locais e redes de hospedagem comunitária perderam reservas e projeções de faturamento. Em economias frágeis como a do Haiti, onde o turismo representa até 3% do PIB, a queda de visitantes pode significar recessão prolongada e maior vulnerabilidade social. Há ainda impactos indiretos: pacotes culturais cancelados, investimentos turísticos congelados e projetos de cooperação internacional suspensos. Seguradoras já revisaram coberturas e operadoras redesenham seus catálogos com foco em destinos considerados de baixo risco e com maior estabilidade.
Historicamente, alertas semelhantes — como os emitidos durante a epidemia de ebola na África Ocidental ou as revoltas no norte da África — provocaram quedas de até 70% nas chegadas turísticas, com recuperação levando de dois a cinco anos. Diante disso, especialistas alertam para a urgência de políticas de diversificação de mercados emissores, fortalecimento de infraestrutura em destinos emergentes e comunicação mais transparente com o público viajante. O novo mapa do turismo global em 2025 não é apenas uma questão de logística, mas um reflexo direto das desigualdades entre os países e da crescente interdependência entre segurança, economia e mobilidade humana.
Redação