STJ reconhece grupo potiguar como legítimo comprador do Hotel Tambaú por R$ 40,6 milhões


A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) validou, nesta terça-feira (13), o leilão judicial de 2021 que concedeu a posse do Hotel Tambaú, em João Pessoa (PB), ao grupo potiguar AG Hotéis e Turismo S.A., atualmente denominado Occean. A decisão, unânime, encerra — ao menos por ora — uma disputa judicial iniciada em meio ao processo de falência da antiga companhia aérea Varig, antiga proprietária da Rede Tropical de Hotéis, responsável pelo emblemático empreendimento inaugurado nos anos 1970.

O imbróglio jurídico teve início após dois leilões sucessivos do imóvel. No primeiro, realizado em 2020, a empresa paraibana AMPAR Hotelaria apresentou a maior proposta, mas foi declarada inadimplente por não cumprir integralmente os termos do edital, como o pagamento do sinal e da comissão do leiloeiro. Diante disso, a Justiça determinou a realização de uma nova hasta pública.

No segundo leilão, realizado em fevereiro de 2021, o grupo AG Hotéis e Turismo, com sede no Rio Grande do Norte, arrematou o imóvel por R$ 40,6 milhões. No entanto, a AMPAR questionou judicialmente a validade dessa nova venda, obtendo decisão favorável no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que anulou o segundo leilão.

O caso chegou ao STJ por meio de recurso da AG Hotéis. Para o relator, ministro Marco Buzzi, a realização de novo leilão foi legítima e necessária para proteger os interesses da massa falida da Varig, tendo em vista o descumprimento das obrigações por parte da primeira arrematante. Segundo Buzzi, a decisão do juízo falimentar buscou garantir a efetiva liquidação dos ativos e evitar prejuízos ao processo.

Com a decisão do STJ, o grupo Occean — novo nome da AG Hotéis e Turismo — passa a ser oficialmente reconhecido como o comprador do Hotel Tambaú. A empresa potiguar já anunciou que pretende investir R$ 100 milhões na revitalização do empreendimento, com geração estimada de 500 empregos diretos, visando impulsionar o turismo na capital paraibana.

Em nota, a AMPAR Hotelaria informou que pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). A empresa sustenta que efetuou o pagamento de mais de R$ 40 milhões pela arrematação no primeiro leilão, além de custos adicionais com a Prefeitura de João Pessoa para regularizar a titularidade do imóvel. Alega ainda ter cumprido todas as obrigações legais, e acusa o grupo rival de não ter quitado integralmente o valor ofertado em 2021.

A disputa judicial, embora parcialmente encerrada com a decisão do STJ, ainda pode ter desdobramentos no Supremo, caso o recurso da AMPAR seja aceito. Por ora, no entanto, o entendimento válido é o que reconhece a regularidade do leilão vencido pelo grupo Occean.

Redação

Fabiano Vidal

Técnico em Turismo, Turismólogo, Jornalista, Especialista em Marketing e Publicidade, autor do livro "Do Tambaú ao Garden - A História Moderna do Turismo da Paraíba", agraciado com Voto de Aplausos e a Medalha de Mérito Turístico 2008, ambos concedidos pela Assembléia Legislativa da Paraíba.

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