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Foto de Brett Sayles (Pexels) |
De acordo com Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC, o desempenho negativo não se deve à falta de interesse dos turistas, mas sim à ausência de ações eficazes por parte do governo norte-americano. Ela classificou o cenário como um alerta urgente, afirmando que, enquanto outras nações estão promovendo ativamente a entrada de visitantes, os EUA estariam, na prática, sinalizando o contrário. Para Simpson, sem uma resposta coordenada e imediata, o país pode levar anos para retomar os níveis de receitas internacionais registrados antes da pandemia, o que compromete diretamente empregos, negócios e arrecadação pública.
Apesar de o turismo doméstico ter sustentado o setor nos últimos anos — em 2024, cerca de 90% de todo o gasto turístico veio de viajantes internos — essa dependência está mascarando uma fragilidade crescente: a estagnação do mercado internacional. Novos dados do Departamento de Comércio dos EUA mostram que, em março de 2025, houve queda significativa no número de visitantes vindos de mercados estratégicos, como Reino Unido, Alemanha, Coreia do Sul, Espanha, Colômbia, Irlanda, Equador e República Dominicana. As reduções variaram de 15% a 33% em comparação com o ano anterior. No caso do Canadá, as reservas para o início do verão estão mais de 20% abaixo do volume registrado em 2024.
Ao mesmo tempo, o turismo de saída dos norte-americanos continua em alta, acentuando o desequilíbrio no fluxo de viajantes e nas receitas associadas. Esse cenário, segundo o WTTC, compromete a competitividade dos Estados Unidos como destino turístico global e ameaça setores que dependem diretamente da presença de visitantes internacionais.
Em 2019, o país arrecadou US$ 217,4 bilhões com turistas estrangeiros, o que ajudou a sustentar cerca de 18 milhões de empregos. Já em 2024, o setor de viagens e turismo contribuiu com US$ 2,6 trilhões para a economia americana e gerou mais de US$ 585 bilhões em tributos, representando quase 7% da receita total do governo. Para evitar um declínio ainda maior, o WTTC defende a adoção de medidas urgentes voltadas à melhoria do acesso ao país, à retomada de campanhas de marketing internacional e à reconstrução da confiança dos viajantes no destino EUA.
Redação