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Imagem: ChatGPT |
Independentemente da negativa da CBF, a situação levanta um alerta crucial. O jornalismo esportivo sério deve investigar e questionar entidades poderosas como a CBF. Qualquer ação – ou mesmo a percepção – de que críticas resultam em represálias profissionais é danosa. Isso cria um "efeito inibidor" (chilling effect), arriscando gerar autocensura e prejudicando o direito do público à informação.
A liberdade de imprensa exige responsabilidade, pautada pela ética e apuração. Mas a crítica fundamentada é parte vital desse processo. A proteção dessa liberdade não depende apenas da ausência de pressão externa; os próprios veículos de comunicação têm o dever de garantir um ambiente seguro para o jornalismo independente e transparente em suas decisões internas.
Portanto, enquanto a nota da CBF registra sua posição, o episódio envolvendo a ESPN ressalta uma verdade fundamental: a imprensa precisa de espaço seguro para investigar e analisar o poder, seja ele qual for, inclusive no esporte. Assegurar essa liberdade, com proteção interna nos veículos e respeito por parte das entidades externas, é a única forma de garantir que o público receba informação crítica e apurada, e não o silêncio conveniente.
Fabiano Vidal é Turismólogo, Jornalista de Turismo, Doutor em Ciência da Informação e ex-presidente da ABRAJET-PB (2020-2022)