Babau da Paraíba participa de campanha de valorização do Patrimônio Cultural


Os bonecos, oficinas, cursos e outros produtos que constroem a magia do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste na Paraíba ganharam espaço de divulgação na campanha Conectando Patrimônios: redes de artes e sabores. Lançada na Paraíba nesta quarta-feira (30), a ação é realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em parceria com comunidades detentoras. O objetivo é promover o Patrimônio Cultural Imaterial, incentivando a venda de produtos associados a bens registrados em todo o país.

Diante da situação de emergência em saúde pública, decorrente da pandemia do novo coronavírus, shows, apresentações e todo tipo de evento tiveram de ser adiados em todo o Brasil. Isto impactou o cotidiano de festas e rituais realizados por mestres e mestras de bens registrados como Patrimônio Cultural do Brasil. Neste cenário, essas comunidades buscaram alternativas para lidar com o isolamento social. O Ciclo do Marabaixo (AP), por exemplo, foi realizado por meio de lives e bailes do Fandango Caiçara tiveram transmissão on-line. Grupos de carimbó também realizaram rodas transmitidas pelas redes sociais.

Com o objetivo de criar um espaço de visibilidade para detentores e suas respectivas manifestações culturais, a campanha vai apresentar coletivos de detentores de vários estados com os seus respectivos contatos de telefone e redes sociais que ficarão disponíveis no site do projeto. Quem se interessar, poderá entrar nas páginas virtuais dos coletivos e adquirir produtos desses grupos, como gêneros alimentícios e biojóias produzidas por indígenas do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro (AM), bem como livretos de artistas da Literatura de Cordel (CE e DF). A compra, o pagamento e a entrega dos produtos são realizadas diretamente entre o detentor e o comprador.

Arte bonequeira na Paraíba

Registrado como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil desde 2015, o Teatro de Bonecos Popular do Nordeste recebe nomes diferentes, dependendo do lugar: na Paraíba, é Babau; em Pernambuco e no Distrito Federal, é mamulengo; no Rio Grande do Norte, é João Redondo; no Ceará e no Maranhão, é Cassimiro Coco. Os mestres bonequeiros contam histórias e apresentam a cultura nordestina por meio dos enredos, música, linguagens cores e muita alegria.

O mestre bonequeiro Geraldo Oliveira da Silva, conhecido como Geraldo do Babau, mora em Solânea (PB), e trabalha com essa arte há mais de 15 anos: “Eu aprendi com meu pai. Além de ser brincante, eu também confecciono os bonecos e dou oficinas para crianças e adultos, ensino a fazer o Babau, esculpir a madeira, fazer a roupinha, a pintura, criar os personagens.” Para ele, o Conectando Patrimônios contribuirá com a valorização desse bem cultural: “A parceria com o Iphan é uma boa forma de ajudar a promover esse trabalho dos mestres bonequeiros na Paraíba”.

Visando promover a sustentabilidade de bens registrados como Patrimônio Cultural, a campanha é uma ação de salvaguarda inserida na Política Nacional do Patrimônio Imaterial que, em 2020, completou 20 anos de criação.

Para a presidente do Iphan, Larissa Peixoto, o Teatro Popular de Bonecos do Nordeste representa a riqueza da diversidade cultural brasileira. “A tradição do Teatro Popular de Bonecos tem papel fundamental na construção da identidade e da memória de quem a mantém. Por isso, temos a missão de salvaguardá-la e, por meio de ações como o Conectando Patrimônios, o Iphan busca valorizar e preservar essa expressão do nosso Patrimônio Cultural Imaterial, fortalecendo social e economicamente seus detentores.”

Para viabilizar a ação, as superintendências do Iphan nos estados mobilizaram coletivos de mestres e mestras que participam da ação. Mas a chamada continua. Os grupos que tiverem interesse em participar devem entrar em contato com a superintendência do Iphan na Paraíba que dará os detalhes sobre como aderir à ação.

Assessoria de Imprensa Iphan

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