Relatório aponta contenção de gastos e gestão de riscos como tendências para viagens corporativas em 2026

Imagem gerada por IA.

A indústria global de viagens corporativas deve enfrentar um cenário de crescimento econômico moderado em 2026, marcado por cautela financeira e foco intensivo em dados. Um relatório da BCD Travel indica que o setor deixará para trás o otimismo da recuperação pós-pandemia para adotar uma postura de contenção e otimização. A previsão da Oxford Economics aponta um crescimento do PIB global de apenas 2,6%, o ritmo mais lento desde a crise financeira, excetuando-se o ano de 2020. A inflação deve recuar gradualmente, passando de 3,4% em 2025 para pouco mais de 3% no ano seguinte, o que manterá os orçamentos sob vigilância constante.

As projeções de preços mostram que o poder de negociação está retornando aos fornecedores, especialmente no setor hoteleiro, com aumentos médios globais de 4,9%. Regiões como Oriente Médio e América Latina devem registrar altas ainda mais expressivas, de 8% e 6,4%, respectivamente. No transporte aéreo, o aumento médio das tarifas será de 1,1%, mas as companhias compensarão os valores com estratégias de distribuição agressivas e sobretaxas de combustível. Gestores de viagens já buscam alternativas, incentivando o uso de aplicativos de transporte em detrimento do aluguel de carros tradicional, cujos custos devem subir entre 2% e 4%.

O cenário para 2026 também será definido por seis grandes riscos sistêmicos que exigem gestão proativa: eventos climáticos extremos, conflitos geopolíticos, alterações em regras de vistos, ciberataques com uso de inteligência artificial, surtos de saúde e escassez de capacidade durante grandes eventos. O relatório alerta que "esperar por uma crise será caro", diferenciando programas preventivos daqueles meramente reativos. Além disso, a sustentabilidade deixará de ser uma promessa vaga para se tornar uma exigência regulatória, demandando relatórios credíveis e investimentos reais em descarbonização.

As companhias aéreas devem consolidar a transição de acordos corporativos tradicionais para modelos de precificação dinâmica sob seu controle. Diante de descontos menores e novas taxas, o uso de dados em tempo real será a única ferramenta eficaz para proteger o poder de negociação das empresas. O documento conclui que os programas de viagens bem-sucedidos serão aqueles que tratarem a área como função estratégica, baseada em inteligência de mercado e agilidade para lidar com a volatilidade.

Fabiano Vidal

Técnico em Turismo, Turismólogo, Jornalista, Especialista em Marketing e Publicidade, autor do livro "Do Tambaú ao Garden - A História Moderna do Turismo da Paraíba", agraciado com Voto de Aplausos e a Medalha de Mérito Turístico 2008, ambos concedidos pela Assembléia Legislativa da Paraíba.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem