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| Museu da Diáspora Negra, dos Povos Originários e Comunidades Tradicionais da Paraíba terá novo espaço no centro da capital. Foto: Secom |
A área possui significado histórico importante, tendo abrigado um antigo pelourinho e estando localizada no entorno do Largo da antiga Cadeia Pública. A mudança representa uma transformação simbólica, convertendo um espaço que foi palco de repressão em território dedicado à memória, resistência e valorização cultural.
Segundo a secretária de Estado das Mulheres e da Diversidade Humana, Lídia Moura, a instalação do Museu no Centro Histórico dialoga com novas formas de ocupação cultural promovidas pela comunidade negra paraibana. O espaço também estabelece conexão com o tradicional Sabadinho Bom, criando uma extensão de resistência e afirmação cultural.
A iniciativa está alinhada às recomendações da III Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, realizada em Durban, África do Sul, em 2001. O encontro foi marco internacional ao ser o primeiro documento das Nações Unidas a consagrar a expressão "povos indígenas" e reconhecer indígenas e ciganos como vítimas históricas de racismo.
O projeto conta com articulação entre diferentes secretarias e parceria com pesquisadores. A Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior apoia a formação da equipe técnica, enquanto o antropólogo e professor da UFPB, Estêvão Palitot, e o historiador da arte e pesquisador da UFBA, Stênio Soares, coordenam pesquisas para amplificar vozes e experiências das comunidades indígenas e afrodescendentes do estado.
Para Palitot, a criação do Museu representa oportunidade de fortalecer iniciativas culturais existentes e ampliar o diálogo sobre diversidade. Stênio Soares destaca que espaços como esse funcionam como instrumentos políticos de reparação histórica e afirmação identitária, capazes de inspirar novas gerações e legitimar as histórias das comunidades afrodescendentes.
