Havaí implementa taxa para passageiros de Cruzeiros em meio ao boom do turismo marítimo

Imagem gerada por IA.

A Royal Caribbean lançou em 1º de setembro de 2025 o Star of the Seas, seu maior navio de cruzeiro até aquele momento, partindo de Port Canaveral, Flórida. A embarcação representa o ápice do design moderno de meganavios, apresentando 20 andares, 40 bares e restaurantes, além de amenidades únicas como o primeiro parque aquático no mar e uma cachoeira de 55 pés em seu aquadome. O navio também apresenta uma nova adaptação musical de De Volta para o Futuro, completa com uma réplica em escala real do DeLorean.

Segundo especialistas do setor, 2025 está no caminho de quebrar recordes de reservas de cruzeiros pelo terceiro ano consecutivo. Os volumes de passageiros de cruzeiros estão mais altos do que nunca, e o crescimento da indústria não mostra sinais de desaceleração. Este boom na demanda ocorre devido a passageiros que buscam uma alternativa ao crescente custo de estadias em hotéis.

O aumento do turismo de cruzeiros gerou preocupações em destinos populares como o Havaí. Para abordar o overturismo e seu impacto ambiental, o Havaí introduziu uma nova taxa em maio deste ano, que se aplicará a quartos de hotel, aluguéis de temporada e tarifas de passageiros de cruzeiro. A partir de 2026, os passageiros de cruzeiro pagarão uma taxa proporcional baseada nos dias gastos nos portos do Havaí.

A nova taxa visa mitigar o impacto ambiental do turismo de massa, incluindo os efeitos das mudanças climáticas nos ecossistemas do Havaí. O estado planeja usar a receita para projetos de adaptação climática, como preservação de recifes de coral e proteção contra o aumento do nível do mar. Como um dos principais destinos turísticos globais, o Havaí há muito enfrenta pressões do turismo, e essas taxas são vistas como vitais para promover a sustentabilidade.

Embora grupos ambientais apoiem as taxas, elas enfrentaram reação da indústria de cruzeiros e de alguns turistas. Críticos argumentam que a taxa pode tornar os cruzeiros havaianos menos acessíveis, empurrando viajantes para outros destinos como o Caribe ou México, onde taxas similares não se aplicam. Em resposta, a Associação Internacional de Linhas de Cruzeiro entrou com uma ação judicial em agosto, contestando a constitucionalidade das taxas e buscando impedir sua implementação.

A batalha legal se intensificou, com a associação buscando uma liminar preliminar para interromper a aplicação da lei. Uma audiência judicial está marcada para 31 de outubro, em Honolulu, onde um juiz determinará se as novas taxas podem ser aplicadas enquanto o caso estiver pendente. O resultado desta luta legal terá implicações significativas para a indústria de cruzeiros e suas relações com destinos como o Havaí.

Fabiano Vidal

Técnico em Turismo, Turismólogo, Jornalista, Especialista em Marketing e Publicidade, autor do livro "Do Tambaú ao Garden - A História Moderna do Turismo da Paraíba", agraciado com Voto de Aplausos e a Medalha de Mérito Turístico 2008, ambos concedidos pela Assembléia Legislativa da Paraíba.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem