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| Puntarenas Province, Costa Rica / Foto de Diego Madrigal / Pexels |
Contudo, o crescimento da atividade turística trouxe consequências não intencionais para a população local. O fenômeno conhecido como "Mercado Gringo" resultou no aumento acentuado dos preços de alimentos e aluguéis em áreas turísticas, onde os custos passaram a refletir o poder de compra dos visitantes internacionais, principalmente dos Estados Unidos, Canadá e Europa, em vez da capacidade financeira dos moradores locais.
Segundo dados oficiais, apenas 16% da população costa-riquenha consegue arcar com os custos típicos de vida em regiões turísticas, evidenciando uma divisão socioeconômica significativa. A situação se agrava quando consideramos que 25% dos 5 milhões de habitantes do país vivem abaixo da linha da pobreza, sendo 5,9% em situação de extrema pobreza. A desigualdade afeta particularmente grupos vulneráveis como afrodescendentes, povos indígenas, mães solteiras e imigrantes nicaraguenses.
O Coeficiente de Gini da Costa Rica registrou o maior aumento mundial entre 2010 e 2021, transformando o país em uma das nações mais desiguais da América Latina. A recente valorização do colón costa-riquenho frente ao dólar americano resultou na diminuição do número de visitantes, sinalizando um cenário futuro onde apenas turistas mais abastados poderão visitar o país, potencialmente agravando a inflação de alimentos e aluguéis.
Para enfrentar esses desafios, o Banco Mundial, em cooperação com o governo costa-riquenho, implementou o Quadro de Parceria País 2024, programa financiado principalmente pelos Estados Unidos com valor superior a 1,6 milhão de dólares. A iniciativa foca no crescimento econômico inclusivo através da diversificação da economia e fortalecimento dos sistemas de proteção social, com objetivo específico de beneficiar grupos desfavorecidos. As metas estabelecidas incluem a redução da taxa de pobreza de 25% para 19,5% e do Coeficiente de Gini de 0,509 para 0,493 até 2026.
Fonte: BBC
