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Foto de Marcello Sokal / Pexels |
Avanços com limitações
De acordo com dados da Embratur, o Brasil recebeu 5,9 milhões de visitantes estrangeiros nos primeiros sete meses de 2025, crescimento de 47,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. A maioria veio de países vizinhos: Argentina (2,5 milhões), Chile (495 mil) e Uruguai (342,5 mil). Cerca de meio milhão de europeus também visitaram o país. Apesar da recuperação econômica, o Estadão ressalta que esse desempenho oculta problemas estruturais que dificultam avanços sustentáveis.
COP-30 expõe fragilidades
A conferência climática COP-30, marcada para novembro em Belém, exemplifica os desafios. Apenas 31% dos 198 países convidados confirmaram presença até agora, situação atribuída em parte aos preços elevados da hospedagem. Para o Estadão, o caso revela a carência de infraestrutura e de planejamento para eventos internacionais de grande porte, o que pode afetar a imagem do Brasil no exterior.
Segurança em xeque
A insegurança pública é outro obstáculo recorrente. O Ranking de Competitividade dos Estados e Municípios evidencia falhas em políticas voltadas à proteção de visitantes. O problema impacta não apenas turistas, mas também investidores, estudantes e profissionais, reduzindo a competitividade do país em comparação com outros destinos globais.
Oportunidade diante do overturismo
Enquanto cidades como Barcelona, Veneza e Paris enfrentam protestos contra o excesso de turistas, o Brasil poderia se beneficiar como alternativa. Entretanto, sem investimentos em infraestrutura, promoção internacional e políticas eficazes, a oportunidade de atrair viajantes em busca de novos destinos corre o risco de se perder.
Caminhos possíveis
Especialistas defendem medidas concretas para fortalecer o setor: ampliar a segurança, investir em transporte e hospedagem, capacitar profissionais e promover áreas menos exploradas, como o Pantanal e a região Norte. Grandes eventos, como a COP-30, devem ser tratados como vitrines internacionais, mas exigem planejamento rigoroso.
O artigo de Celso Ming e Pablo Santana conclui que o Brasil dispõe de uma janela estratégica para se consolidar no turismo global. A ausência de políticas claras, porém, mantém o país distante de transformar seu potencial em resultados consistentes.
Fonte: Artigo “Brasil e o turismo: oportunidade perdida”, de Celso Ming, com colaboração de Pablo Santana, publicado no Estadão